O toque quente e quase timido de suas mãos fizeram-me estremecer e pertubaram os cantos da minha boca. Sorriso. Beijo com sorriso. Meus olhos que não conseguiam parar de olhá-la até cometeram o crime de abrirem-se durante o beijo...Queriam mais dela. Queriam parar os relógios do tempo.E se o tempo fosse de ouvir,eu o teria convencido,argumentando que meninas com estes olhos merecem todo o tempo do mundo.Ele não me ouviu. Ela pediu-me para apagar as luzes,insisti que não. Eu precisava memorizar as curvas,os gostos, os cheiros,os poros dela em cada um dos meus sentidos sem sentido.O ar me era arrancando dos pulmões com a urgência de quem mata e arrastado com a calma de quem vive ao peito que batia descompassado, com fome, com pressa.Queriamos mais e resumimos o universo a um quarto, a uma cama,lábios e línguas e coxas e seios que queriam se encontrar.Que queriam se perder. E o fizeram:Uma, duas, três vezes. Paramos de respirar.
... E eu acordei sem saber se era um sonho.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Já há algumas noites tenho dormido com uma menina que nunca vi antes e já tornou-se sonho. Não é bonita, mas se faz encantadora aos olhos de quem quer que seja. Revira meus lençoís, me faz resfolegar, e quando acordo sem ter dormido ela ainda está lá. Perturbando-me, enchendo meus ouvidos com suas histórias que não vão pra história. Me visto dela e com ela, saio com ela e pra ela. Enfrento este trânsito que daqui há alguns anos será paulista enquanto ela fecha meus olhos, me rouba, quer que eu seja inteiramente dela, e a gente sempre acaba sendo o que as meninas querem. Vou despertando ao som das buzinas e sirenes, vou despertando com o cheiro da quase morte. Nem sequer posso abrir os olhos e sinto gosto de sangue fresco a quebrar o meu jejum.
A multidão como toda multidão assiste o espetáculo de vidro estraçalhado e aluminio retorcido em polvorosa. Querem saber como estou: Eu não estou. Estão quase apostando que morri, porque morrer não é grave, mas como se morre é.
Se eu ao menos pudesse sentir minhas pernas pesarem, levantaria daqui e gritaria a todos: Eu estava apenas sonhando. Não posso. Minhas palpebras ensaiam se abrir quando percebem pelo cheiro a volta dela, cheiro de morte viva. Que se aproxima, que me seduz, que me invade, segura minha mão e sussurra:
- Vou te levar pra ver o mundo de cima!
A multidão como toda multidão assiste o espetáculo de vidro estraçalhado e aluminio retorcido em polvorosa. Querem saber como estou: Eu não estou. Estão quase apostando que morri, porque morrer não é grave, mas como se morre é.
Se eu ao menos pudesse sentir minhas pernas pesarem, levantaria daqui e gritaria a todos: Eu estava apenas sonhando. Não posso. Minhas palpebras ensaiam se abrir quando percebem pelo cheiro a volta dela, cheiro de morte viva. Que se aproxima, que me seduz, que me invade, segura minha mão e sussurra:
- Vou te levar pra ver o mundo de cima!
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Os olhos ardiam por causa do tempo que passara a observar o brilho cintilante derramado pelas estrelas daquele céu negro e sem nuvem alguma, lembrou-se então do que lhe disse alguém que queria esquecer: "Céu sem nuvem trás má sorte". Que se dane! Eu nunca tive sorte mesmo,nem ao menos má sorte... E tantas estrelas derramadas numa noite em um par de olhos também cheios de brilho, e também cheios de noite, significam manhã cheia de sol no dia seguinte, onde vou denovo molhar-me na chuva que escorre dos teus olhos, lábios e pernas, até a próxima pequena morte, até a grande morte que vai tirar-me tudo, que vai tirar-me o céu de que tanto gosto com a desculpa : "Esta não nasceu(e não viveu) pra paraisos".
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